quinta-feira, 1 de novembro de 2012

Sweet Nothing

Começo a, finalmente, entender que minha vida e minha alma precisavam seguir em frente. Para mim já não bastava aquela rotina de um mundo fechado e limitado a poucos. Eu queria o novo, toda a vivacidade que se esconde em cada esquina desconhecida.
Tudo aquilo que eu acreditei ser suficiente passou a me deixar incompleta. Então procurei maneiras de me enganar, de me entreter para não atrapalhar todo o comodismo que aquela situação me proporcionava. Minha alma, no entanto, gritava bem lá no fundo: "me salve, salve-se!". E esse desejo me parecia sempre mais inconstante, afoito, desesperado. Até que ponto eu me permitiria àquela mentira?
Eu queria sentir outra vez como era estar viva. Perceber a adrenalina percorrendo meu corpo e provocando aquela sensação de realização, de aventura, de novidade, de liberdade! Foi aí que eu entendi que o mundo era bem maior do que eu acreditava que fosse, e nesse mesmo mundo existiam milhares de pessoas prontas para me dar aquilo que eu pedia: o desconhecido.
Vi minha realidade paralela ruir em um piscar de olhos e confesso que aquilo me deixava feliz. Mais do que feliz, me provocou algo que eu ainda não consegui encontrar uma palavra que defina tanta coisa boa em um só momento. Então eu fui em busca de elementos que pudessem compor um mundo novo e perfeito para mim.
Sou capaz de reconhecer que a minha fase presa na "gaiola" me trouxe grande amadurecimento. Aprendi a controlar melhor minhas emoções, assim como calar e consentir nas horas necessárias. Só que eu nunca gostei disso, não era o que eu era, e como agora eu tinha sido libertada, eu havia optado por ser "imatura" outra vez.
Escolhi voltar a falar a vontade, soltar asneiras que matam de rir e que podem matar de ódio qualquer um que não saiba lidar com um espírito tão livre quanto o meu. Escolhi estar sempre certa, não quero consentir. Que minha opinião sempre prevaleça senhor, por favor. Não vou abdicar de ser quem sou, nem vou mudar para te agradar. Sinto muito... Eu sou assim.
De qualquer maneira, falo um "muito obrigada" bem grande e alto para tudo e todos que ousaram me prender, ou pelo menos tentaram né? Eu fugi da gaiola. Agora estou devolta, a mesma pessoa do doce começo, e, o que tenho para finalmente dizer, é que tempos melhores, demoraram, mas chegaram.

Texto escrito com a música "Sweet Nothing" de Calvin Harris e Florence Welch ao fundo.