Um
amor de verão. Tão lindo, tão meloso, tão clichê e tão... Nada a ver comigo.
Sempre fui a garota diferente, que nunca gostou de fazer nada igual às outras e, obviamente, quando se tratava de amores e relacionamentos, eu tinha também que
me diferenciar.
Estamos em
Julho, inverno brasileiro, mas, em se tratando de um país tropical, o
verdadeiro inverno se restringe à região sul. Viajei para a Bahia e lá fazia
muito sol, vivi uma semana de muita festa, álcool e pegação. Tinha ido com a
exclusiva intenção de curtir intensamente cada segundo do que eu viveria
naqueles dias, aproveitar como nunca havia antes e cuidar de minhas amigas, já
que elas ficariam mais bêbadas do que qualquer um e eu era a única que não
gostava de beber. Pegaria alguns caras mas não esperava encontrar ninguém
interessante, não esperava me envolver com ninguém por mais de uma noite, só
que, como de costume, as coisas tendem a ocorrer diferente de tudo que eu
planejo.
Logo no segundo
dia de viagem, conheci ele. Um príncipe? Exatamente, mas não aquele príncipe
idealizado por todas: um cavalheiro que abre a porta do carro, educado, bonito
e sem graça! Ele era um príncipe engraçado, estiloso, simpático, daqueles caras
meio skatistas, com uma
atitude absurda e um piercing na língua. Me ganhou com dois minutos
de conversa e mal sabia ele que era exatamente o meu tipo.
Conversando,
descobrimos que tínhamos várias características em comum e talvez tenha sido
por isso que eu queria muito estar com eles. Sagitarianos e de espírito livre,
vi nele a possibilidade de encontrar um companheiro para todas as minhas loucuras
e vontades, alguém que topasse escalar uma montanha às duas horas da manhã
sem medo de nada. Enxerguei nele, tudo aquilo que eu procurava em uma pessoa,
mas não esperava que ele fosse ser essa pessoa enquanto estivéssemos naquela
viagem, porque sinceramente, eu não acreditava nem que nós ficaríamos outra
vez... Engano meu.
Do segundo dia
em diante, eu não fiquei com mais ninguém a não ser ele. Eu não conseguia me
ver ficando com outro além dele, não queria saber de um beijo comum, não queria
saber de nenhum babaca qualquer. Eu queria ele! Meu período pós-término se
extendia por quase nove meses porque até então eu não havia encontrado alguém
bom o suficiente para me fazer esquecer meu ex e finalmente eu encontrei ele,
que em muito pouco tempo ocupou meus pensamentos em tempo integral.
As coisas entre
nós fluíam e era tudo muito intenso, ele era aquilo que eu precisava e apareceu
no momento mais inusitado. Nós morávamos na mesma cidade e tudo o que eu mais
queria era que aquele príncipe fosse meu, no entanto, eu duvidava que ele, o
rei das festas e dos bons drinks fosse querer ficar só com uma garota.
Me acostumei com a ideia de que depois daquela semana eu não iria vê-lo mais e
tentaria me desapegar daquela figura que estava comigo quando eu abria meus
olhos pela manhã e quando eu os fechava pela noite.
No último dia da
viagem, quando eu acordei e vi ele do meu lado, pensei: é, foi bom enquanto
durou. Aqui jaz o meu amor de inverno. Então logo ele também acordou, deu um
beijo em minha testa e deixou meu quarto. Eu não sabia quando nós nos veríamos
depois daquele dia no aeroporto. Eu continuo sem saber quando ou mesmo
se eu vou encontrá-lo outra vez.
Pode ser que eu
o veja hoje a noite na boate, amanhã, daqui uma semana, um mês, um ano ou nunca
mais. Essa imprevisibilidade que tantos reclamaram em mim eu encontrei nele, e
eu meio que gosto. Na verdade, eu adoro. Às vezes me amedronta, mas eu
prefiro isso a ter algo mecanizado, sem graça e "rotinizado" da
maioria do casais. Ok, nós não somos nada, talvez nem sejamos e é por isso que
há semanas escrevo esse texto e não consigo criar um final decente para
ele.
Essa dúvida de
como as coisas vão ser daqui para frente não me permite chegar à uma conclusão.
Por isso vou deixar assim, em aberto, esperando o dia em que o príncipe skatista do piercing na língua ressurja miraculosamente
para acabar com a minha vidinha monótona...
P.S.: Hoje completa um mês desde que ficamos pela primeira vez. Felizmente nós já nos vimos denovo, mas não sei se terão próximas vezes. Bem, se me serve de consolo, ele me ligou essa madrugada fazendo as "gracinhas" que só ele faz. Não entendi o porquê dessa ligação e muito menos o horário em que ela foi feita. Talvez ele estivesse pensando em mim... SÓ talvez...
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