segunda-feira, 20 de outubro de 2014

Livre

É muito estranho perceber que os sentimentos nutridos por alguém estão se esvaindo...
Eu vejo isso acontecer por uma janela secreta, como se eu fosse um personagem alheio a toda aquela velha história. Talvez eu fosse. Talvez eu sempre fui. 
Eu não nasci para ser coadjuvante de nenhum filme. Eu não nasci para ser a ponta, nem a professora substituta, nem o reserva e muito menos o apoio. Eu não nasci para ser a segunda opção de ninguém que não fosse eu mesma, para me escolher outra vez quando eu me enjoasse. Por isso eu não vou mais aceitar esses papeis que você me fez acreditar ser capaz de fazer.
Não sei se consigo escrever, pela primeira vez, o que eu estou sentindo. Porque isso não tem nome. Talvez isso esteja acontecendo por não ter sentimento a ser escrito. Porque acabou e eu nem senti acabar. Porque eu nem sofri para esquecer. Porque eu nem me esforcei. Porque eu nem quis. Eu só percebi. Eu só senti a falta de sentir. 
Leve. Comigo, contigo: leve tudo. Vazio eu, você, agora, passado. Passou!
Eu tô bem.
E você também.
E é assim que tem que ser.
Eu estou livre.


                         

Nenhum comentário:

Postar um comentário