quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015

Insistência

Há aproximadamente um ano minha vida tomou um novo rumo. Bem, em partes.
Para começo de conversa, estou sentada no meu apartamento, sozinha de pessoas, mas acompanhada da minha gata. Enquanto eu tento escrever algo sucinto, ela pula no teclado e faz com que eu reescreva tudo de novo.
Abri o iTunes e apertei o aleatório lá e na cabeça.
Hoje estou exatamente onde queria estar. Entrei na faculdade que queria, no lugar que queria. Conheci pessoas que sempre sonhei conhecer e fiz delas minhas amigas. Melhores amigas.
Fiz um novo começo para minha história: abandonei os velhos hábitos, os velhos (pre) conceitos, as ideias precipitadas, as pessoas... Ou a maioria delas.
Verdade seja dita eu vivia presa dentro de mim. Eu buscava me encaixar na minha cidade, na minha escola, no meu círculo de amizades e até mesmo na minha família, porém sempre me senti fora de contexto. Eu queria pertencer a algum lugar ou a alguém, mas eu mesma sabia que isso não seria possível, pois tudo aquilo que me rodeava era muito menor do que o que eu almejava.
Eu queria o mundo, eu queria tudo que ele podia me dar. Queria viver sem esperar a aprovação de ninguém; viver de acordo com as minhas verdades, minhas ideologias. Queria ser eu e só.
Foi quando minha carta de alforria saiu: "Parabéns! Você foi aprovado(a) no vestibular da Puta Que Pariu." e eu vim à esse lindo lugar em busca da minha liberdade.
A partir de então vocês já conhecem o final.
"Ora, mas você tinha dito que sua vida tinha tomado um novo rumo, mas em partes... Por quê?"
Antes de eu me mudar eu escrevi uma carta que nunca foi entregue; uma carta "Sem Destinatário". Carta essa que me incomoda todo dia antes de ir dormir.
Há aproximadamente um ano eu convivo com um misto de culpa/falta/dúvida/ódio dele e de mim.
É tão dolorido pensar em todas as coisas que poderiam ter sido, mas nunca foram e nunca serão, por nossa culpa.
Por mais que eu não sinta mais aquele amor de antes. Por mais que agora ele seja só um cisco dentro do meu olho que faz escorrer uma lágrima vez ou outra.
Ainda incomoda.
Eu e ele eramos o tipo de casal que eu sempre admirei e, admito, sempre quis ter a sorte de ser um dia.
Então, tudo acabou sem mais nem menos, sem ter um "por quê", sem um ponto final.
A gente não teve um desfecho e isso é o que mais mexe comigo, pois por mais que eu tenha consciência de que eu e ele nunca seríamos um caso em questão, se eu tivesse ouvido dos seus olhos "acabou", as coisas teriam caminhado de outra maneira. Mas o que começa errado não pode terminar diferente, não é?
Eu tenho sonhos frequentes em que ele é o personagem principal e, quando acordo, a vontade é de lhe mandar uma mensagem de texto, pedindo desculpa por tudo, por mais que esse "tudo" não exista.
No fundo do meu coração eu assumo a mim mesma o quanto eu gostaria tê-lo de novo.

Eu estou feliz, no entanto.
Eu sei que existem coisas que por mais confusas que pareçam, em algum momento elas vão ser esclarecidas. Nem tudo tem um final feliz e nem precisa ter!
Eu cresci com tudo isso que nos aconteceu e sei que, apesar de não pertencer à nada e à ninguém, no fim das contas, eu ainda pertenço a ele...



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